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Bancos gregos têm dinheiro até segunda-feira


Os bancos gregos têm um "colchão de liquidez" de € 1 bilhão, mas os recursos para depois de segunda-feira dependem do Banco Central Europeu, segundo a presidente da associação de bancos da Grécia, Louka Katseli.
"A liquidez está garantida até segunda-feira; depois vai depender da decisão do BC europeu", disse Katseli a repórteres, de acordo com a Reuters. "O 'colchão' de liquidez que temos é de cerca de € 1 bilhão".
As agências bancárias do país ficaram fechadas esta semana, depois que o país não conseguiu prorrogar o programa de ajuda europeu, ao rejeitar as condições para o empréstimo e convocar um referendo para a próxima semana para questionar a população sobre o assunto.
Durante toda a semana, os gregos puderam sacar apenas € 60 por dia nos caixas eletrônicos. Apenas os pagamentos de pensões não sofreram essa restrição. A situação, no entanto, deu origem a longas filas nos bancos gregos. Segundo o primeiro-ministro, os bancos vão reabrir assim que o governo conseguir um novo empréstimo com seus parceiros da zona do euro.
Crise
A Grécia deixou de pagar, na terça-feira, € 1,6 bilhão devidos ao Fundo Monetário Internacional (FMI), tornando-se o primeiro país desenvolvido da história a ficar em atraso com o fundo.
No mesmo dia, expirou o programa de ajuda financeira europeu ao país, que corre o risco de ficar sem recursos em seus bancos. O governo grego não aceitou as condições impostas pelos europeus para a prorrogação da ajuda, que incluem aumento de impostos e cortes nas pensões.
Em uma cartada para conseguir ganhar força nessa negociação, o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, convocou um referendo para o próximo domingo, quando a população deverá dizer se aceita ou não as condições do empréstimo europeu.
Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira, no entanto, aponta vantagem para o "sim" – e tanto Tsipras quanto o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, indicaram que deverão deixar seus cargos se a população apoiar as condições pedidas pela Europa.
RESUMO DO CASO
- A Grécia enfrenta uma forte crise econômica por ter gastado mais do que podia.
- Essa dívida foi financiada por empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do resto da Europa.
- Na última terça-feira (30), venceu uma parcela de € 1,6 bilhão da dívida com o FMI. Então, o país entrou em "default" (situação de calote), o que pode resultar na sua saída da zona do euro.
- Essa saída não é automática e, se acontecer, pode demorar. Não existe um mecanismo de "expulsão" de um país da zona do euro.
- Como a crise ficou mais grave, os bancos estão fechados nesta semana para evitar que os gregos saquem tudo o que têm e quebrem as instituições.
- A Grécia depende de recursos da Europa para conseguir fazer o pagamento ao FMI. Os europeus, no entanto, exigem que o país corte gastos e aumente impostos para liberar mais dinheiro. O prazo para renovar essa ajuda também venceu nesta terça-feira.
- O governo grego apresentou uma nova proposta de ajuda ao Eurogrupo, grupo que reúne ministros da União Europeia, fazendo concessões, mas rejeitando algumas das medidas de cortes mais duras.
- O primeiro-ministro grego convocou um referendo para domingo (5 de julho). Os gregos serão consultados se concordam com as condições europeias para o empréstimo.
- A Europa pressiona para que a Grécia aceite as condições e fique na zona do euro. Isso porque uma saída pode prejudicar a confiança do mundo na região e na moeda única.
- Para a Grécia, a saída do euro significa retomar o controle sobre sua política monetária (que hoje é "terceirizada" para o BC europeu), o que pode ajudar nas exportações, entre outras coisas, mas também deve fechar o país para a entrada de capital estrangeiro e agravar a crise econômica.

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