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Financiamento coletivo auxilia a tirar projetos do papel

Você tem uma ideia na cabeça, mas falta dinheiro para transformá-la em um negócio próprio? Saiba que muitos empreendedores encontraram no financiamento coletivo, uma espécie de vaquinha virtual, a chance de levantar dinheiro e montar a sua pequena empresa.
Peixe cru, camarão, cebola. Em poucos minutos o ceviche fica pronto. Especialidade que Marisabel trouxe do Peru. Depois de conquistar clientes e consolidar o produto no mercado de food-truck, Marisabel resolveu dar mais um passo. Ela vai abrir um restaurante. Mas o que era pra ser pequeno cresceu, o valor da obra triplicou e no fim faltou dinheiro para a decoração.
Marisabel não aceitou abrir mão de quadros e outras peças feitas no Peru. Para conseguir o dinheiro e trazer as peças, ela recorreu ao Kickante, uma plataforma de financiamento coletivo. O objetivo é arrecadar R$ 15 mil em doações. O site cobra uma taxa de 12% do valor arrecadado.
“Ela começa a divulgar para a rede de contatos dela e a gente trabalha em conjunto com todos os criadores de campanha para buscar viralizar essa campanha e alcançar ainda mais públicos, além do público inicial, que o criador de campanha já traz”, explica Viviane Sedola, vice-presidente da Kickante.
Quem investir no projeto da Marisabel é recompensado com um jantar ou um curso para aprender a fazer o ceviche.
“Tem muitos que nos seguem desde que eu era uma barraquinha, depois virou truck e agora está virando restaurante. Tem gente que se sente muito parte do projeto e queria contribuir também ”, conta Marisabel Woodman, empresárioa da La Peruana.
A ideia é parecida com a de um outro site, o Catarse. Quem coloca o projeto no site estipula uma meta e tem 60 dias para arrecadar o dinheiro. Se a meta não for alcançada, os doadores recebem o dinheiro de volta. Se for atingida, o site fica com 13% do valor obtido.
“O realizador, no projeto, geralmente ele explica como ele vai usar esse dinheiro. Quanto mais transparente ele for, mais confiança ele vai dar para as pessoas, mais doações ele vai conseguir”, conta Caio Costa, assessor da Catarse.
Foi assim que Marcio tirou do papel um projeto em que ele trabalhava há dez anos. É um kit de peças que, quando montadas, permitem que o arquiteto ou engenheiro teste a estrutura da construção antes de finalizar a planta.
Ele publicou o projeto no site com uma meta de R$ 50 mil para fazer 150 kits. O projeto chamou atenção de mais de 1,5 mil pessoas do Brasil e do exterior. A arrecadação total surpreendeu: R$ 600 mil. Foi o suficiente para fazer um kit para cada doador e investir na venda direta.
“O financiamento já serviu para abrir uma empresa. Então, eu já abri uma empresa, a gente já está produzindo esse produto. A partir de agora a gente já vai começar a rodar com a venda do produto mesmo através do site”, diz o arquiteto Marcio de Oliveira.

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