Juro bancário de pessoa física volta a subir em julho e bate recorde da série - A10 Condomínios

Juro bancário de pessoa física volta a subir em julho e bate recorde da série


Os juros cobrados pelos bancos nas operações com pessoas físicas, excluindo o crédito imobiliário e rural, voltaram a subir em julho deste ano e regsitraram o maior patamar da série histórica do Banco Central, iniciada em março de 2011, segundo números divulgados pela autoridade monetária nesta quarta-feira (26).
Em julho, os juros bancários subiram 1,1 ponto percentual, para 59,5% ao ano, contra 58,6% ao ano em junho. Foi o sétimo mês consecutivo de elevação na taxa de juros média das pessoas físicas. Em todo este ano, o aumento foi de 9,9 pontos percentuais, visto que a taxa estava em 49,6% ao ano no fim de 2014.
Juro bancário subiu mais que taxa básica
O aumento dos juros bancários acompanha a alta da taxa básica da economia (Selic), fixada pelo Banco Central a cada 45 dias para tentar conter a alta da inflação. Desde outubro do ano passado, o BC vem subindo os juros ininterruptamente. Naquele momento, a taxa estava em 11% ao ano. No fim de julho, já havia avançado para 14,25% ao ano, um aumento de 3,25 pontos percentuais.

Os números mostram que os bancos elevaram suas taxas de juros ao consumidor de maneira mais intensa. Em setembro do ano passado, antes que o BC voltasse a elevar a Selic, os juros bancários para pessoas físicas estavam em 49,2% ao ano, avançando para 59,5% ao ano em junho – um aumento de 10,3 pontos percentuais, ou seja, mais do que três vezes a alta da taxa Selic.
Segundo um levantamento feito pela consultoria Economatica para a BBC Brasil, aponta que, apesar da desaceleração econômica, a rentabilidade sobre patrimônio dos grandes bancos de capital aberto no Brasil foi de 18,23% em 2014 – mais que o dobro da rentabilidade dos bancos americanos (7,68%).
Taxa de todas operações e de empresas
Já a taxa de juros média de crédito de todas operações (pessoas físicas e empresas), ainda somente com recursos livres, ou seja, sem contar crédito habitacional, rural e do BNDES, subiu de 43,4% ao ano em junho para 44,2% ao ano em julho deste ano – também o maior patamar da série histórica, que tem início em março de 2011.
A taxa das operações de pessoas jurídicas, com recursos livres, avançou 0,4 ponto percentual em julho, para 27,9% ao ano. Com isso, também atingiu o patamar mais elevado da série histórica, que começa em março de 2011.
Inadimplência
Segundo o Banco Central, a taxa de inadimplência das pessoas físicas, nos empréstimos bancários com recursos livres (sem contar crédito rural e habitacional), que mede atrasos nos pagamentos acima de 90 dias, subiu de 5,4% em junho para 5,5% em julho deste ano.
Já a taxa de inadimplência das operações dos bancos com as empresas, ainda no segmento com recursos livres, avançou de 3,9% em maio para 4,1% em julho deste ano.
Considerando a taxa total de inadimplência, que engloba operações com as pessoas físicas e empresas, ainda nas operações com recursos livres, a taxa avançou de 4,6% em junho para 4,8% em julho de 2015.
'Spread' bancário
Com o aumento das taxas de juros bancárias de pessoa física em junho, houve alta do chamado "spread bancário" – que é a diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e quanto cobram de seus clientes – no mês passado.
Em junho, "spread" nas operações com pessoas físicas somava 45,3 pontos percentuais, avançando para 46,3 pontos em julho, o maior patamar da série histórica do BC. Na parcial deste ano, houve um forte aumento de 9,1 pontos percentuais. Com isso, o spread continua em níveis historicamente elevados.
O "spread" é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.

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